Na fase decisiva das eleições em Primeira Cruz, o confronto entre as campanhas de Sérgio Albuquerque e Guilherme Carneiro entrou em um novo capítulo, marcado por falhas estratégicas que colocaram a equipe de Guilherme Carneiro em desvantagem. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi acionado após um impasse sobre o comício de encerramento, com a coligação de Sérgio Albuquerque, “Primeira Cruz Segue Forte”, impetrando um mandado de segurança contra a coligação de Guilherme Carneiro, “Juntos pela Libertação de Primeira Cruz”. Os erros cometidos pela campanha de Guilherme Carneiro culminaram em uma decisão judicial desfavorável, destacando a desorganização na reta final.

O Problema Central: Datas Conflitantes e Falta de Comunicação

O primeiro grande erro da campanha de Guilherme Carneiro foi a gestão inadequada da reserva para o comício de encerramento. Em 8 de agosto de 2024, sua coligação fez o pedido inicial para realizar o evento na praça pública de Primeira Cruz no dia 3 de outubro. Contudo, em 1º de outubro, a equipe de Carneiro enviou uma nova comunicação à Polícia Militar informando a realização de seu comício no mesmo local, mas no dia 2 de outubro. Essa sobreposição de datas, sem a devida desistência oficial do evento anteriormente marcado para o dia 3, gerou confusão e incerteza.

Ao não formalizar a desistência da reserva anterior, a campanha de Guilherme Carneiro deu margem para a coligação de Sérgio Albuquerque entrar com uma ação judicial. A equipe de Albuquerque argumentou que a mudança de data por parte de Guilherme Carneiro indicava a desistência do uso da praça no dia 3, o que abriria espaço para que eles realizassem o comício nesse dia. A ausência de um planejamento claro e a duplicidade de pedidos fez com que a campanha de Guilherme Carneiro perdesse o controle sobre a organização de seus próprios eventos.

Ações Tardias: Falta de Coesão na Campanha de Carneiro

Outro erro crucial foi o timing das ações. A coligação de Guilherme Carneiro só protocolou a nova data para o comício em 1º de outubro, poucas horas antes do deferimento da reserva inicial pelo Juízo Eleitoral, no final da tarde do mesmo dia. Essa movimentação tardia foi percebida como desorganização e falta de estratégia, o que prejudicou a credibilidade da campanha diante do eleitorado e das autoridades. A campanha falhou em antecipar os problemas que poderiam surgir com a superposição de eventos, o que deu margem para que a equipe de Sérgio Albuquerque conseguisse uma vitória legal.

Impacto no Desfecho da Campanha

O impacto desses erros foi profundo, pois a concessão da liminar garantiu a realização do comício de Sérgio Albuquerque no dia 3 de outubro, considerado um momento chave para conquistar indecisos. A campanha de Guilherme Carneiro, ao antecipar seu evento para o dia 2, perdeu o benefício de fechar a campanha em uma data mais próxima das eleições. A decisão judicial ainda trouxe à tona questões sobre a liderança e a organização da coligação de Guilherme Carneiro, minando parte de sua base de apoio.

Com as campanhas acirradas e o pleito eleitoral se aproximando, os erros estratégicos da campanha de Guilherme Carneiro podem ter um custo alto nas urnas. A falta de clareza nas ações e a má administração dos recursos eleitorais em momentos críticos revelam fragilidades na equipe de Guilherme Carneiro, que agora precisa correr contra o tempo para reverter os danos e manter a competitividade até o dia das eleições.

A organização falha e os erros na comunicação podem ter tirado de Guilherme Carneiro uma das últimas grandes oportunidades de engajar seus eleitores de maneira decisiva. Com a narrativa agora favorável a Sérgio Albuquerque, resta saber se Guilherme Carneiro conseguirá recuperar o terreno perdido.